Em busca de audiência, às vezes, as  emissoras perdem a noção de bom-senso. Deixam, inclusive, de avaliar que  tipo de audiência querem atrair e que tipo de pessoas irão formar com os  programas que exibem. É uma responsabilidade muito grande colocar um programa no  ar: tanto de seus produtores quanto dos editores, diretores e  apresentadores.
 O mundo todo se mobiliza em função  de tratar eticamente os animais, incluindo os que são usados na alimentação.Em  países mais avançados a vivessecção já está sendo banida. Por isso, hoje em dia  quase ninguém mais fica indiferente as cenas que o programa No Limite  da Globo andou exibindo com matança de galinhas e coruja amarrada pelas  asas. Aliás, não se deveria dar aos participantes do programa a opção de  matar galinhas. Estamos falando de um programa de TVe não de uma granja.  Existem leis que proibem o uso de  animais em ações de entretenimento, ainda mais quando isso implica em  aflição e dor para essas criaturas indefesas.
 É comum vermos em filmes  estrangeiros cenas com matança de bichos (O Corvo é um exemplo), mas depois a  gente lê no letreiro: nenhum animal deste filme foi submetido a maus-tratos.  Infelizmente, o mesmo não ocorreu com Cidade dos Homens naquela perseguição à  galinha que terminou sendo realmente morta (um filme que pode ganhar muitos  prêmios, mas eu não me dou o trabalho de assitir e muito menos de elogiar). Se  os atores não precisam ferir de verdade uns aos outros... se há técnicas tão  perfeitas para sugerir morte e sangue, por que não aplicar as mesmas técnicas  nas cenas com animais a fim de poupá-los de sofrimentos reais? 
 Matar animais não é arte e nem  diversão.Várias pessoas perceberam também que uma coruja colocada no cenário de  apresentação do programa estava amarrada pelas asas! Ela pode ter sofrido cortes  e ferimentos capazes de impedí-la pra sempre de  voar. 
 O que mais choca é que eu e milhares de  outras pessoas crescemos assistindo o Globo Repórter - um programa que  sempre lutou pela preservação ambiental e da fauna em vários pontos do mundo.  O Globo Repórter teve um papel importantíssimo na formação das crianças e jovens  brasileiros. Por isso, o programa No Limite causa grande decepção em seu público  fiel, que sempre acompanhou programas voltados para a proteção da  fauna.
 Tenho 20 anos de jornalismo e só vi  cenas de teor semelhante em programas de baixíssimo nível que logo saíram do ar.  Há muitas formas saudáveis de se  testar o "limite" das pessoas num programa de TV. Formas que, inclusive, podem  passar uma mensagem ecológica ou eticológica ao público. E há muitos jornalistas  éticos que podem ajudar a Globo nisso. O que não pode acontecer é as  emissoras terem permissão para continuar colocando à prova o "limite" dos  espectadores ao terem que tolerar cenas de crueldade contra animais  indefesos.
 Espero que a Globo, seus jornalistas  mais sérios e os orgãos que fiscalizam as redes de comunicação no país  tomem uma providência. Afinal... é o mínimo.
 No site da ARCA Brasil há uma  carta-modelo para as pessoas que quiserem se manifestar a respeito.  Acessem:
  
2 comentários:
Muito bom, Marcia. Infelizmente só agora acessei, mas virei muito por aqui. Parabéns.
Eu fui testada e aprovada na etica. Apesar de nao ver tv... Que alias, é o principal caminho para a autodestruiçao em massa!
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